Leandro Karnal é professor, historiador, cronista. Mas ele pode ser definido também como um grande frasista, ou pode ser considerado apenas um grande pensador contemporâneo.
O professor sempre apresenta seus argumentos com propriedades e se porta de uma maneira calma e com semblante sereno, mesmo quando há polêmicas envolvidas. Ponderado, ele sempre olha todos os lados de uma análise, sempre respeitando os lados que, claro, são terminantemente éticos.
Separamos alguns alguns comentários e frases de impacto do professor Karnal para refletirmos
Recentemente em uma palestra com o título “Fama, Fé e Fortuna”, em que passeia por diversas linhas de pensamento e problemáticas contemporâneas, Leandro Karnal não poupou aqueles que não lêem, não estudam, mas dizem saber de um tudo por aí. Vale até a transcrição de um trecho:
“Geralmente as pessoas que estudam pouco ou observam pouco o mundo ou têm pouca capacidade limitada de compreensão, têm muita certeza. A certeza é própria do caráter raso. Não é que as pessoas que estudam têm um bom caráter, há muitas pessoas cultíssimas também com caráter raso, mas é capacidade de você abarcar a diversidade que outro ser de um jeito que não fira a lei, que não fira a ética, que outro ser de um jeito não o torna pior ou melhor, torna-o diferente (…)”.
Em 2016 em uma entrevista ao Roda Viva, a colunista Ana Cristina Reis, questionou Karnal sobre algumas frases célebres do livro “Felicidade ou Morte”. Entre outras, a jornalista chamou atenção à seguinte:
“A família e o celular são os dois grandes valores que sociedade ocidental construiu”.
Contextualizando a frase, Karnal respondeu assim: “Aqui as pessoas morrem (pelo sentimento que têm) pela família, assim como morrem pelo celular, falando e digitando enquanto dirigem, ou seja, vale a pena eu arriscar minha vida para manter-me conectado”.
Em recente entrevista à BBC por conta do lançamento de seu mais novo livro (O dilema do porco-espinho: como encarar a solidão), o também professor da Unicamp não facilita para os que acham que todos seus problemas estão nos outros ou que o Universo conspira sempre contra.
“Negociando meu narciso na convivência social eu paro de me achar o centro do mundo e percebo que parte da minha tristeza solitária é vaidade ou narciso ferido”, disse ele ao ser questionado pela reportagem sobre aproveitamento espaços compartilhamento para lidar com a solidão.
Olhar para dentro parece ser um bom conselho para analisar o mundo, tanto o seu quanto o que compartilhamos com todo o restante da população mundial. Obrigado, professor.
4. Uma clássica e polêmica do professor sobre corrupção, uma doença crônica
Em seu canal no Youtube, Saber Filosófico, Karnal relembra certa vez em que disse que “corrupção no Brasil é como herpes, vai e volta, mas nunca é curada”. Essa parece ser uma daquelas máximas tão polêmica como atemporal, tão “de mau gosto” (de certa forma), mas tão real. As aspas em “mau gosto” são justificadas pelo próprio ao dizer que chegou a receber mensagens de uma pessoa que tinha herpes questionando-o a respeito e ele prontamente explicou não estar falando exatamente do problema de saúde daquela pessoa, mas sim uma metáfora – muito bem formulada, diga-se de passagem.
Com informações:Hypeness
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