Foi aberto o Empathy Museum, em Londres, como parte de um grande movimento para estimular a prática da empatia entre as pessoas.
Empatia, para quem não sabe, é a capacidade de se colocar no lugar do outro, vivenciar o mundo da forma como o outro vivencia. Não preciso explicar aqui o quanto o desenvolvimento da empatia pode beneficiar as relações entre médicos e pacientes, mães e filhos, parceiros de trabalho, etc.
A empatia está entre as capacidades mais encantadoras e poderosas envolvendo relações humanas.
Infelizmente, por uma série de motivos que não cabem ser expostos, é algo pouco praticado, pouco conhecido e pouco explorado. A boa notícia é que todos nós temos capacidade de desenvolvê-la, em todos os níveis de relacionamento em nossas vidas.
É a sua prática consciente, diária, que nos transforma em “especialistas” em empatia. Se você pensa todos os dias, ao sentar na frente de alguém, algo como “O que eu estaria sentindo se estivesse passando por isso?” ou “Como eu reagiria se alguém me desse uma notícia dessas?”, você permite que a empatia comece a fazer parte da sua forma de se relacionar. Ela se torna um hábito. E você se torna uma pessoa melhor.
O Empathy Museum procura estimular justamente isso: trazer a prática da empatia para a vida das pessoas. Para isso eles idealizaram um formato interativo de passeio, no qual ao chegar você escolhe um número de sapatos e ganha um fone de ouvido.
Ao receber esses sapatos (que pertencem a outras pessoas), você é convidado a caminhar por um percurso de uma milha com os sapatos alheios (“in your shoes” é uma expressão em inglês que significa “no lugar do outro”).
Durante o trajeto, você escuta a história do dono dos sapatos, contada do ponto de vista dele. A experiência sensorial é incrível, mas o simples fato de fazer com que as pessoas parem por alguns minutos para se dedicar a ouvir a história de outra pessoa já é, por si só, um feito memorável.
Num mundo tão acelerado, no qual expressamos nossos sentimentos com os polegares (e alguns emoticons) para não perder tempo levantando a cabeça, propor-se a ficar isolado do resto do mundo para mergulhar na história do outro é comparável a tentar permanecer 2 minutos sob a água sem respirar. É notável!
Por todos esses motivos achei a iniciativa incrível, algo que vale a pena ser compartilhado. Vale a pena conferir!
Ana Lúcia Coradazzi