Aneurisma cerebral, ou aneurisma sacular, é uma dilatação que se forma na parede enfraquecida de uma artéria do cérebro. A pressão normal do sangue dentro da artéria força essa região menos resistente e dá origem a uma espécie de bexiga que pode ir crescendo lenta e progressivamente. Os maiores riscos desse afrouxamento do tecido vascular são ruptura da artéria e hemorragia ou compressão de outras áreas do cérebro.

Uma pessoa pode nascer com tendência à fragilidade dos vasos e à formação de aneurisma cerebral, mas são raros os aneurismas congênitos. A maior parte deles ocorre por conta da pressão alta sem tratamento.

Problemas que afetam as fibras elásticas do organismo, como as síndromes de Marfan e de Ehlers-Danlos (relacionadas também à dissecção de aorta), também predispõem à formação de aneurismas cerebrais.

Em geral, os episódios de ruptura e sangramento ocorrem a partir dos 50 anos, afetam mais as mulheres e tornam-se mais comuns à medida que a pessoa envelhece.

Aneurisma cerebral é uma doença grave. Apenas 2/3 dos pacientes sobrevivem, e cerca de metade dos que sobrevivem permanece com sequelas importantes que comprometem a qualidade de vida.

redisposição familiar (15% dos portadores de aneurisma pertencem a uma família em que a incidência da enfermidade é maior);
Hipertensão (pressão alta facilita tanto o desenvolvimento como a ruptura dos aneurismas);

  • Dislipidemia (aumento dos níveis de colesterol e triglicérides);
  • Diabetes;
  • Cigarro;
  • Excesso de álcool;
  • Mulheres têm prevalência um pouco maior desse problema.

SINTOMAS DE ANEURISMA CEREBRAL

Um aneurisma cerebral pequeno costuma ser assintomático. Quando cresce, pode comprimir uma estrutura cerebral e provocar sintomas que variam conforme a área do cérebro afetada.

A manifestação mais evidente dos aneurismas ocorre quando há ruptura seguida de hemorragia. O principal fator que leva ao rompimento é a hipertensão descontrolada. Quando o sangramento é abundante, ele pode ser fatal.

A intensidade dos sintomas está diretamente relacionada ao tamanho e a extensão do sangramento. Os mais comuns são:

  • Dor de cabeça súbita (aparecer de repente é mais característico que uma intensidade forte);
  • Náuseas;
  • Vômitos;
  • Perda de consciência.

DIAGNÓSTICO DE ANEURISMA CEREBRAL

A angiotomografia e a angiorressonância magnética são exames fundamentais para o diagnóstico de aneurisma cerebral. O ideal seria que fossem detectados precocemente, antes de sangrarem, mas isso raramente acontece porque tal avaliação não está incluída na rotina dos check-up.

TRATAMENTO DO ANEURISMA CEREBRALTRATAMENTO DO ANEURISMA CEREBRAL

Diagnosticado o aneurisma cerebral, a indicação cirúrgica precisa levar em conta seu tamanho (geralmente indica-se cirurgia para aneurisma iguais ou maiores que 5 milímetros) e as condições clínicas do paciente, uma vez que o risco da cirurgia deve ser menor do que o oferecido pela história natural da evolução da doença.

Em geral, a cirurgia é uma possibilidade em casos de aneurismas Caso se opte pela cirurgia, o objetivo é fechar o aneurisma para excluí-lo, preservando a artéria que o nutre, porque todas as áreas do cérebro são nobres e morrem se não forem irrigadas.

O procedimento pode ser realizado de forma aberta ou por via endovascular. Na primeira alternativa, é aberta uma janelinha no crânio para que se possa ter acesso ao cérebro e, com o uso de instrumentos específicos, a porção mais estreita do aneurisma é fechada por um clipe metálico. Pela via endovascular, um cateter é introduzido pela virilha e guiado até a região do aneurisma. O cateter conduz pequenas molas delicadas, que se enrolam no interior do aneurisma e formam um coágulo que impede o sangramento.

A pessoa que não deve, não pode ou não quer ser operada precisa manter controle rigoroso da pressão arterial, não fumar e evitar esforços físicos.

No tratamento dos aneurismas cerebrais, a embolização por via endovascular é hoje uma importante forma terapêutica. Em geral, as equipes atuam de forma multidisciplinar na decisão de qual metodologia será a melhor e mais confortável abordagem para cada tipo de aneurisma e cada condição física do paciente.

RECOMENDAÇÕES PARA LIDAR COM ANEURISMAS CEREBRAIS

  • Mantenha em níveis adequados a pressão arterial;
  • Exerça controle efetivo sobre as taxas de colesterol e triglicérides;
  • Não fume;
  • Caso você tenha um aneurisma e não tenha indicação de cirurgia, evite esforço físico exagerado;
  • Esteja atento: dor forte de cabeça, que surge repentinamente, como se você tivesse levado uma pancada, seguida de enjoos e vômitos, indica a necessidade urgente de atendimento médico-hospitalar;
  • Informe seu médico sobre a ocorrência de casos de aneurisma em sua família, principalmente se for um irmão gêmeo ou houver dois ou mais familiares com o problema. Isso ajuda a organizar um planejamento preventivo de exames.

PERGUNTAS FREQUENTES SOBRE ANEURISMA CEREBRAL

Qual a diferença entre aneurisma cerebral e AVC?

O acidente vascular cerebral (AVC) designa um evento que provoca problemas de vascularização do cérebro. Pode ser do tipo isquêmico (quando um vaso é obstruído) ou hemorrágico (quando um vaso se rompe). O aneurisma cerebral é uma das principais causas de AVC hemorrágico.

O que é aneurisma cerebral roto?

Esse é o termo usado para designar o aneurisma que se rompeu e casou um sangramento.

Estresse pode levar ao rompimento de um aneurisma?

O estresse em si, não. Contudo, como ele pode levar a alterações na pressão, é um fator de risco para o rompimento. O mesmo vale para esforço físico muito intenso.

Existem medicamentos para tratar aneurisma?

Não, o tratamento é cirúrgico.

Fonte: Site Drauzio Varella