Por:Sil Guidorizzi
Nós nos despojamos daquilo que pesa, daquilo que já não nos serve, daquilo que agora já não acalenta nossa alma.
A dor de ser nos leva a um patamar mais espiritualizado, onde nos colocamos diante das vontades e das verdades de Deus. É onde nos transferimos para algo mais profundo dentro dos nossos questionamentos.
A dor de muitas vezes não conseguirmos entender é a forma mais sutil de Deus nos mostrar que o tempo traz respostas, que a vida é um continuar cheio de incertezas e perseverança.
Somos navegantes, somos errantes, somos instantes dentro de cada atitude e desejo.
A dor do encontrar, depois de muito vasculhar as gavetas emocionais, depois de muito tentar, depois de muito perseverar, traz-nos um certo ar de alívio depois de incontáveis dias atrás do que temos a nos oferecer.
Nós nos despojamos daquilo que pesa, daquilo que já não nos serve, daquilo que agora já não acalenta a nossa alma.
A dor do caminhar, muitas vezes, completa-se com a necessidade de chegar a algum lugar, mesmo que cheio de curvas, desvios, dentro de uma linha que não é reta, mas é absolutamente necessária para cada amadurecimento.
A dor de se completar é como se juntar inúmeras vezes depois da tempestade que varreu o que foi preciso para trazer um novo momento mais carregado de entendimento.
A dor de ser é também a força que impulsiona a continuar a cura que vem para tratar das feridas do coração, para sanar, para fechar ciclos, para abrir portas e novos horizontes.
Pessoas não precisam se carregar, não precisam se suportar. Pessoas precisam aprender a viver, precisam destravar, precisam ser menos impiedosas consigo mesmas.
E, muitas vezes, a bagagem da dor, do sofrimento, parece ser maior do que a necessidade de libertação e desenvolvimento espiritual, do perdão, do entrosamento com a própria consciência.
Pessoas ainda carregam suas correntes, ainda seguram a raiva, o ódio, a razão que, por vezes, parecem a única coisa a persistir.
As coisas estão mudando, já não são mais as mesmas. Poucos enxergam isso porque não conseguem.
A dor de viver, muitas vezes, é a transformação por que cada um deve passar, mas deve tratar, deve trabalhar para que coisas boas cheguem através da gratidão, através daquilo que renova feito célula na alma, aquilo que cada um quer multiplicar dentro de si mesmo.
Gratidão!
É isso que entrego a Deus, é isso que cabe na minha base de aprimoramento: a dor de ser, mas a alegria de também receber tantas benesses e tantos ensinamentos.
Vivemos em uma balança. O equilíbrio vem daquilo que aprendemos e plantamos. Somos sementes espalhadas por aí.
Direitos autorais da imagem: “Filme a Paixão de Cristo”