Por: Louise Almeras

Com letras que remetem à fé cristã, o álbum “This house is not for sale” lidera as vendas nos Estados Unidos, desbancando a trilha sonora do filme “Pantera Negra”

Criado em 1983, o grupo americano Bon Jovi deve seu nome ao emblemático vocalista, Jon Bon Jovi. E o motivo de seu poderoso regresso à lista dos discos mais vendidos nos Estados Unidos – com o álbum This House is not for sale – está na ideia de enviar o disco por correio para todos os que compraram ingressos para os shows da banda. Os fãs ficaram enlouquecidos com esta ação e, num momento em que a música digital se impõe aos consumidores, o grupo viveu uma pequena vitória, contribuindo com a indústria do compact disc.

A Bilboard 200, o ranking semanal dos 200 álbuns mais vendidos nos Estados Unidos, incluindo os digitais, diz que foram vendidas 120.000 cópias do This House is not for sale até a fim de fevereiro de 2017 e classifica o álbum como o número 1 na semana seguinte. Em novembro de 2016, o disco estava no topo das paradas de sucesso e, 15 semanas depois, voltou a assumir a liderança de vendas.

Um rock inspirado ou filho de seu tempo?

Para uma banda de rock ou heavy metal, pode parecer surpreendente e até mesmo suspeito o fato de erem usadas referências a termos da fé cristã, os quais poderiam, propositalmente, ser mal utilizados. Porém, muitas canções deste álbum evocam um sentimento de espiritualidade e de superação graças às atitudes vitais do perdão, ao fato de questionar as coisas, de preferir o amor ao ódio, a luz à escuridão e de mencionar claramente que “o diabo não é (nosso) amigo”.

Diz-se que a fé abandou as almas de nossos contemporâneos. Mas a música é uma boa maneira de esquentá-la novamente. Jesus não para de atrair e questionar os mais comuns entre os mortais. Entretanto, não é a questão da religião que importa aqui, mas a mensagem que o Bon Jovi revela em suas canções, uma inclinação contra o desespero e contra aquilo que nos leva às trevas.

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Na música Reunion, por exemplo, Jon Bon Jovi pede a seus amigos “que guardem suas orações e seu amém” para o último momento, a fim de que todos continuem vivendo, pois “assim não é como termina a história”. Bon Jovi espera os amigos em uma reunião (do outro lado?) e passeia em um carro, no qual pendura um terço no espelho retrovisor, o que ganhou muito destaque no clipe da música que dá nome ao álbum.

A alma de Bon Jovi não está à venda

Muitos dos temas do álbum são inspiradores e estão muito inspirados. Em Living with the ghost, por exemplo, Jon Bon Jovi canta: “Troquei a dor pela cura/ (…) Veja e diga às suas sombras que saí vivo/ (…) À noite tive este sonho / vi um homem lavando seus pés / na água benta da igreja/ (…) Deus, somente tento ter um pouco de paz. / Tive este sonho. / Este homem era eu”.

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Em Labour of love, o vocalista pensa que “só os tolos contam o tesouro em prata ou ouro”, pois “a obra de amor nunca termina, é um trabalho de tempo integral”. Sua chamada é para vivermos a vida, segundo o que ressoa em Labour of love: “Isso não é um teste, é uma advertência / Não vou dizer que o céu está caindo / você tem que ler nas entrelinhas / deixar de esperar por um sinal / quem vai viver a sua vida?”.

Por último, em The Devil’s in the temple, ele denuncia: “Esta era uma igreja / uma casa cheia de oração / já não é mais, poderia ser derrubada / Há ladrões no altar / uma serpente usa a coroa / entrega carvão, jurando que é ouro. / Veja o que fizeram desta casa de amor / (…) O diabo está no templo e não é meu amigo. / Eu transformaria as coisas / faria, se pudesse / derrubaria as portas / quebraria as cadeiras / prisão para os prisioneiros. / Cantemos uma canção de liberdade, Amazing Grace”.

* Nota: As informações e sugestões contidas neste artigo têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.

Fonte:Aleteia