Por: Rossandro Klinjey
Nós temos uma lamentável tendência de sermos apenas bons expectadores. Do nosso assento confortável assistimos ao que se passa, sentindo-nos dormentes e desamparados enquanto a injustiça e dor alcança outras vidas.
Mas, não podemos ficar paralisados e justificar que “não podemos fazer nada”, quando na verdade tudo o que ocorre é resultado do que fazemos e deixamos de fazer diariamente, das prioridades e valores que cultivamos.
O que NÃO PODEMOS FAZER diante da dor e da tragédia na vida dos outros é ignorar, enquanto as pessoas sofrem em qualquer parte do mundo.
Não devemos estar tranquilos quando tragédias se repetem, porque não foram conosco ou com nossas famílias. Um dia pode ser.
As fragilidades humanas são superadas em coletividade, porque não evoluímos sozinhos. Por isso não podemos dormir e ter paz quando ninguém é responsabilizado, tão pouco podemos deixar de assumir nossa própria responsabilidade. A ganância, a ausência de atenção, a indiferença, tudo tem resposta.
Quando vítimas perdem a vida e os familiares sofrem consequências, passam dias, semanas e anos, sem dormir com a dor e a sensação de injustiça, a nossa indiferença é INJUSTA.
Que o mar de lama não nos paralise e dele possa emergir a consciência que precisamos para transformar a tristeza em força para construir, sobretudo, estruturas mais fortes em nós mesmos. Baseadas em elementos essenciais como amor e solidariedade sobre a vida de modo geral, muito além da nossa própria vida e egoísmo.