Nos últimos tempos, vários centros de investigação estão na corrida para criar testes ao sangue para detetar marcadores de câncer da mama antes de este ser visível na mamografia.
“Esta técnica é muito menos penosa para as mulheres. Não dói nem implica exposição à radiação”, segundo Sarah Schott, do Hospital Universitário de Heidelberg, na Alemanha, que está convicta de que o teste que a sua equipe desenvolveu estará disponível no mercado ainda este ano e poderá, com grande vantagem, substituir a mamografia na detecção do câncer da mama, pelo menos nas mulheres com menos de 50 anos.
Descrito pelos investigadores como “uma biopsia líquida” e “não invasiva”, o teste, intitulado HeiScreen, já detetou 15 tipos diferentes de células de câncer da mama e tem ainda a vantagem de identificar a doença antes dela ser visível através das técnicas de raios X ou ecografia. É também mais econômico, requerendo apenas alguns mililitros de sangue e podendo ser feito em qualquer laboratório.
Para desenvolver o teste, que também deteta novas metástases de câncer em remissão, mais de 900 mulheres foram testadas ao longo de um ano, 500 das quais com câncer da mama.
Ainda de acordo com o Hospital Universitário de Heidelberg, o teste é particularmente adequado a mulheres abaixo dos 50 e para aquelas que têm um histórico familiar de câncer da mama.
O nível de confiabilidade do HeiScreen para mulheres abaixo dos 50 é de 86%, muito mais elevado que o de outro teste similar ao sangue já existente, o CancerSEEK, que apresenta apenas 70% de sucesso na detecção do câncer. Em mulheres acima dos 50, a confiabilidade do HeiScreen desce para 60%.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, o câncer é a segunda causa de morte mais frequente na Europa, com mais de 3,7 milhões de novos casos e 1,9 milhões de mortes anualmente. O câncer da mama mata mais mulheres que qualquer outro tipo de câncer ; em 2018, cerca de 627,000 morreram de câncer da mama em todo o mundo.
A detecção precoce do câncer cria mais hipóteses de sobrevivência, por encaminhar logo as pacientes para tratamento. Se for descoberto precocemente, como no estágio 2, a possibilidade de sobrevivência para este tipo de cancro é de 93 a 100%; mas a percentagem cai para 72% quando a doença é descoberta no estágio 3 e para 22% no estágio 4.
Um estudo realizado em 2017 no Reino Unido, envolvendo 13.000 mulheres, descobriu que o rastreio através de mamografia “perde” mais de dois mil casos de cancro de mama por ano.
Fonte:Coruja Prof.
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