Um medicamento usado para hipertensão, pode ajudar no combate dos sintomas da esquizofrenia e levar a um tratamento preventivo.

Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), descobriram que o medicamento nitroprussiato de sódio, pode levar essa esperança a vários pacientes e seus familiares

Os resultados, até agora administrado em animais de laboratório, dão indícios de que a doença possa futuramente vir a ser tratada de modo preventivo em jovens considerados de risco, ou seja, aqueles que têm casos de esquizofrenia na família.

O nitroprussiato de sódio é um sal que serve como fonte de óxido nítrico, um potente vasodilatador que desde 1920 vem sendo prescrito para o tratamento de casos severos de hipertensão.

Dr. Jaime Eduardo Hallak e sua equipe da USP, descobriram em 2013, os efeitos terapêuticos da aplicação de nitroprussiato de sódio em pacientes com sintomas graves de esquizofrenia, incluindo os chamados sintomas positivos (alucinações, entre outros), negativos (embotamento afetivo, entre outros), de ansiedade e depressivos.

A equipe agora liderada por Vanessa Corthek Abílio, deu prosseguimento ao estudo. “Decidimos investigar se a droga também teria efeito preventivo sobre a esquizofrenia. Para isso, tratamos os animais antes que apresentassem as manifestações da doença”, disse a pesquisadora.

Prevenção contra a esquizofrenia

Resultados mais significativos foram notados em cobaias de ratos jovens que receberam um tratamento prolongado.

Passados os 30 dias do término das aplicações, começaram os testes de avaliação comportamental. Eles mostraram que os animais deixaram de apresentar as alterações comportamentais na idade adulta associadas aos sintomas da esquizofrenia.

O tratamento com nitroprussiato de sódio preveniu o surgimentos de distúrbios comportamentais, que provavelmente na sua ausência, seriam inevitáveis.

Serão necessárias ainda várias etapas até que a droga possa ser testada em humanos para prevenir a esquizofrenia.

Esquizofrenia

A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico complexo caracterizado por uma alteração cerebral que dificulta o correto julgamento sobre a realidade, a produção de pensamentos simbólicos e abstratos e a elaboração de respostas emocionais complexas.

Diversos fatores – genéticos, bioquímicos e ambientais – parecem contribuir para o seu aparecimento.

No caso de crianças e adolescentes considerados de risco para o desenvolvimento de esquizofrenia, devido à existência de casos na família, e que podem ou não vir a desenvolver a doença (ao redor de 15% a 30% desenvolvem a doença), os médicos dispõem de meios para reconhecer sinais precoces, como déficit de atenção, tendência à introspecção, agitação e a imaginação de um mundo todo particular.

Informações: Diário da Saúde
Foto: Carlos Trinca/EPTV