Por: Revista Saber Viver Mais
É necessário dizer: “Eu te perdoo”. Essa afirmação é feita pela Psicologia e Medicina, que começaram a comprovar que o nosso corpo reage negativamente a sensações como ressentimento, ódio e a raiva.
O infarto, em alguns casos são associados, a pessoas que tem dificuldades ou não conseguem perdoar. Por outro lado, o perdão é visto como uma possibilidade de se viver melhor e com mais saúde. Essa ligação não é apenas subjetiva, mas que faz parte do campo da saúde.
Nos últimos15 anos o assunto ganhou força junto a ciência, exames mais modernos de imagem como os eletromagnéticos começaram a medir com precisão a reação do cérebro e, consequentemente, do coração a situações de estresse similares ao perdão.
Do nosso cérebro partem estímulos nervosos que vão tanto para o coração como para o resto do corpo.
Após o advento da Psicanálise, em 1920, a Psicologia passou a se interessar pelos processo inconscientes e subjetivos do cérebro humano.
A psicanalista Suzana Avezum apresentou no 40º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), uma pesquisa que mostra relação entre o enfarte agudo do miocárdio, quando a circulação de sangue para uma parte do coração é interrompida, e a dificuldade em perdoar.
Foram 130 pacientes que enfartaram, de 2016 a 2018, e encontrou maior incidência do problema entre aqueles que diziam ter dificuldade para perdoar. Segundo a Secretaria de Saúda da Bahia (Sesab), neste ano, 2,8 mil pessoas foram internadas depois de sofrerem infarto do miocárdio. Mas ainda não é possível determinar a causa direta de cada infarto.
O tema do perdão na saúde da Bahia é tratado diretamente por médico desde 2017, quando surgiu o chamado, Grupo de Estudos em Espiritualidade e Medicina Cardiovascular (Genca), ligado à Sociedade Brasileira de Cardiologia na Bahia. São 14 médicos dedicados no estado.
“Estamos num momento muito aberto uma Medicina um pouco diferente, sem tanta medicação, mas mais sutil, peculiar do ser humano”, explica Lucélia Magalhães, cardiologista coordenadora nacional do Genca.
Até agora, descobertas comprovam, e explicam, como o ato de perdoar age bioquimicamente a ponto de fazer bem ao coração.
Geralmente de alguma maneira todas a situações traumáticas ficam registradas em nosso corpo. Então perdoar significa diminuir a quantidade de hormônios de estresse e de desgaste emocional como o cortisol, explicou a cardiologista Lucélia.
É quando a mágoa deixa de ser exclusivamente subjetiva e passa a ser passível de observação, física, palpável. Não há estudos que deem conta dos efeitos medicinais do perdão no corpo de quem o recebe. Mas quem estuda o perdão está certo de efeitos positivos para ambos.
“Em alguém com raiva crônica, o cérebro fica modificado. Conseguimos ver, com marcadores cintilográficos [método de diagnóstico por imagem] alterações”, explica.
O perdão é a possibilidade de deixar de reviver traumas e, com isso, ativar sensações e dores passadas. Esse ciclo danoso então é quebrado, mas isso não significa que perdoar é esquecer.
Especialista também falam que o perdão é um processo de ressignificação de um trauma. E não adianta ser apenas da boca para fora, pois o corpo não pode ser enganado.
“Um dia, algo que tem importância, perde sua força. Quando falo de esquecer, eu falo disso”, ressalta Von Flach.
Com informações:Correio 24horas
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