Por Luana Viana
Alguns dos momentos mais difíceis na vida de quem sofre de depressão são os de crises. Choro incessante, tristeza profunda, isolamento e, em casos extremos, tentativas de suicídio são alguns dos sintomas da doença.
Nessas situações, quem está por perto tem um papel crucial: mostrar-se disponível para escutar e acolher a pessoa, compreendendo que ela precisa de atenção e cuidado.
“Na hora de acolher, é preciso respeitar o tempo do paciente, manter-se sensível, empático e acompanhá-lo sem pressa. Para isso é importante focar na pessoa, seus sentimentos, valores e possibilidades”, explica Roberto Gellert, presidente do Centro de Valorização da Vida (CVV).
O CVV atende por telefone, e-mail, chat e Skype pessoas que cogitam tirar a própria vida ou simplesmente precisam de apoio emocional. Elas são atendidas por voluntários que se revezam, estão disponíveis durante todo o dia e mantêm total sigilo acerca das conversas e informações pessoais dos usuários do serviço.
Você pode encontrar todas as informações no site do CVV https://www.cvv.org.br
Mesmo não tendo uma preparação psicológica prévia, cada um de nós deve ser capaz de ajudar em momentos de crise de depressão seguindo alguns passos:
A situação é difícil e confusa para todos. Agora, mais do que nunca, é preciso ter calma. Desesperar-se ou perder a paciência não irá ajudar ninguém.
Deixe de lado comentários como “se você não fosse tão emotivo não estaria passando por isso”. A hora é de compreender a magnitude dos sentimentos e como eles impactam a vida de quem está sofrendo. Perceba quais são os valores mais importantes para ela e trabalhe com isso.
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É preciso policiar-se para não colocar a si mesmo como referência. Por exemplo, não descreva uma situação que não lhe afetou emocionalmente, nem espere que o outro se sinta e se comporte do mesmo jeito que você. Acolher é entender que cada um tem o seu próprio tempo e seus valores. O que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra.
O diálogo é extremamente importante, fique atento para não somente falar. Nunca deixe de escutar e prestar atenção no que o outro tem a dizer. Responda de acordo com o rumo da conversa.
É necessário encorajá-la a pensar no futuro, seus objetivos e desejos. Isso faz com que ela queira caminhar até lá.
Não fique com pressa e não demonstre impaciência. Estar presente no momento importa mais do que qualquer compromisso.
A negação do problema psicológico que a pessoa está enfrentando pode atrapalhar. Não a contrarie negando ou minimizando o que ela sente. A hora não é apropriada para sermões e brigas. Se não tiver o que dizer, apenas fique em silêncio.
Para quem está em um quadro de depressão profunda, procurar ajuda é muito difícil, por isso muitos não o fazem. Jogar tudo nos ombros de quem passa por uma crise é injusto, e cabe também aos amigos e familiares a responsabilidade de dividir os problemas.
CVV – Centro de Valorização da Vida
Informações sobre atendimento no número 188
Fonte: Drauzio Varella
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