Por: Revista Saber Viver Mais
Segundo o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Amazônia teve um alerta sob desmatamento com uma área total de 1.359 km² em agosto. O Inpe apresentou dados nesta sexta-feira (11) que comprovam que o alerta é o segundo maior dos últimos cinco anos.
A área com alertas são cerca de 300 km² maior que a de Belém (PA). Já o Cerrado teve 189 km² de área sob alerta, o menor número desde 2018.
Os alertas foram feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que apontou áreas com marcas de devastação que precisam ser fiscalizadas urgentemente pelo Ibama.
“Em agosto de 2020, foram 1.359km², a segunda maior marca para o mês desde o início da série histórica, porém 21% menor do que em 2019, quando tivemos a marca máxima para o mês, 1.714 km²”, disse, em nota, Rômulo Batista, porta-voz de Amazônia do Greenpeace.
A Amazônia Legal tem 59% no território brasileiro, engloba a área de 8 estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão. Entretanto a maior área desmatada de floresta no mês de agosto foi no estado do Pará com 517 km² desmatados.
Não é necessário dizer que o desmatamento está totalmente relacionado com as queimadas. O fogo é uma prática de agricultores e pecuaristas para a “limpeza” do solo que é chamado “ciclo de desmatamento da Amazônia”.
Em agosto, os incêndios na Amazônia superaram, mais uma vez, a média histórica: foram 29.307 registros de queimadas de 1º a 31.
No mês anterior houve 28% mais focos na floresta que o mesmo mês em 2019, segundo o Ipam, 71% das queimadas em imóveis rurais na região foram em detrimento ao manejo agropecuário.
“Houve um aumento nas queimadas em julho, agosto permaneceu praticamente igual ao desastre do ano passado e os 10 primeiros dias de setembro registraram assombroso número de 13.810 focos de queimadas, o que representa um aumento de 85% em relação ao mesmo período do ano anterior”, comentou, em nota, Rômulo Batista, porta-voz de Amazônia do Greenpeace.
Entretanto não é só a floresta amazônica que está sendo desmatada. O Pantanal registrou em 2020 recordes de incêndios, julho foi o mês com mais focos desde o início das medições feitas pelo Inpe, em 1998. Em agosto, o bioma viu o segundo maior número de queimadas para o mês em sua história: 5.935 focos de calor detectados de 1º a 31 de agosto.
“Os desmatadores ilegais podem ter diminuído um pouco o ritmo da derrubada das florestas, mas o que vemos é o aumento assustador das queimadas, que é a outra face da mesma moeda do desmatamento. Esses números são reflexos da política antiambiental do governo e de suas ações comprovadamente ineficazes em conter a destruição”, diz, ainda, a nota do Greenpeace.
Com informações: G1
Foto imagem: Ueslei Marcelino/Reuters
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