Aryadne Della Giustina, 36, deixou as sacolas de revenda de lado e assumiu a gestão de uma franquia da Cacau Show, em Orleans (SC), cidade com pouco mais de 20 mil habitantes. Ela iniciou o processo para ser uma franqueada há cerca de quatro meses, logo após a Páscoa, já na fase mais aguda da pandemia.
Antes de começar a revender Cacau Show, há cerca de dois anos, Aryadne costumava enviar chocolates de brinde para as clientes e sempre era questionada sobre opções de produtos para datas comemorativas. Um dia, ao passar em frente a uma loja da marca perto da cidade em que mora, Braço do Norte (SC), viu um anúncio de procura por revendedores.
Ela comprou o kit inicial de 250 chocolates e levou para a loja de materiais elétricos do marido. Segundo a empreendedora, tudo foi vendido no mesmo dia. Isso a animou a agregar mais uma marca no portfólio.
Logo depois da última Páscoa, quando as lojas já estavam fechadas por conta da pandemia, Aryadne foi até a loja em que ela abastecia a venda direta e viu outra franquia da Cacau Show no caminho, com uma placa de “passa-se o ponto”.
Ela estranhou aquilo e perguntou à franqueada que atendia a sua revenda do que se tratava. “Ela comentou que alguns franqueados da região estavam vendendo as lojas. Aí eu vi uma oportunidade. Fui pesquisar como eram as franquias da Cacau Show, vi os modelos disponíveis e fiz o cadastro no site. Fiquei pesquisando o final de semana todo e vi entrevistas do Alê Costa [fundador da rede] na internet.”
Na semana seguinte, Aryadne entrou em contato com a franqueadora para se informar sobre o processo. Haveria uma reunião com candidatos a franqueados na mesma semana, mas estava lotada.
Aryadne insistiu até que conseguiu uma vaga na videoconferência. Ela foi avançando no processo de seleção e foi aprovada para comprar a franquia de repasse em Orleans (SC), cidade vizinha à sua.
Para levantar o valor de investimento, Aryadne usou as economias da família e precisou buscar financiamento de cerca de 30%. De acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF), uma franquia da rede pode chegar a custar mais de R$ 200 mil. Unidades de repasse, no entanto, podem envolver outros custos e negociações.
Aryadne assumiu a loja no último dia 19 de agosto, ainda em plena pandemia, e deixou as sacolas de revenda de lado. Apesar de ter passado de revendedora a franqueada, o WhatsApp ainda é o mais fiel aliado da empreendedora neste momento.
De acordo com os últimos dados levantados pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), os repasses ainda estavam tímidos, cerca de 0,2% em junho. O percetual de fechamento definitivo estava maior: 0,8%. No entanto, o presidente da entidade, André Friedheim, acredita que as transferências devem entrar em uma tendência de alta nos próximos meses – e a prática pode ajudar as franquias a encerrarem menos lojas definitivamente.
Fonte: PEGN