Desde de pequeno nos ensinam a respeitar os outros. Nossos pais nos ensinam a respeitar adultos e outras crianças, eles nos mostram quando nossas palavras ou ações podem prejudicar, e se faltarmos com respeito, nos encorajam a pedir perdão.
No entanto, é provável que ninguém tenha te ensinado sobre autorrespeito.
Na maioria das vezes, essa constante projeção externa pode nos fazer esquecer da pessoa mais importante em nossa vida: nós mesmos.
Quando somos educados para não incomodar os outros, pouco a pouco a crença de que nossas idéias, sentimentos e necessidades acabam ficando sem importância.
Como resultado, é bastante comum para nós acabar faltando o respeito por nós mesmos.
Sacrifique o respeito por si mesmo no altar da autoestima
Há séculos, o respeito próprio era um conceito central nas idéias de filósofos como Aristóteles. Para eles, o respeito próprio baseou-se na capacidade de pensar e comportar-se de tal forma que promovemos nossa autonomia, independência, autocontrole e tenacidade.
Infelizmente, a psicologia negligenciou muito este conceito, promovendo em seu lugar a importância da autoestima. Os livros de autoajuda e gurus de crescimento pessoal estão obcecados com a autoestima, mas na verdade o autorrespeito poderia ser a verdadeira chave para a serenidade mental que procuram.
Ambos os conceitos parecem muito semelhantes, mas eles têm diferenças de base cruciais.
Em primeiro lugar, devemos partir do fato de que a autoestima sempre implica uma forma de avaliação, o que significa que às vezes vamos ganhar, mas outras vamos perder.
A autoestima é uma medida introjetada de valor que outros nos reconhecem. Na verdade, a palavra vem do latim aestimare, o que significa valorizar, julgar e apreciar.
Respeitar algo, pelo contrário, implica aceitá-lo, sem julgamentos de valor.
É claro que ter uma boa autoestima é importante, mas isso significa que nos estimamos, o que também significa que, se cometemos grandes erros ou não atendemos às nossas expectativas e dos outros, podemos parar de gostar e sofrer uma perda autoestima
O respeito próprio, por outro lado, não depende tanto dos erros ou do sucesso, porque não é o resultado direto da comparação com os outros. O autorrespeito implica aceitação além de nossas limitações e erros.
Na verdade, mesmo as pessoas com alta autoestima são pegas em um quadro avaliativo, enquanto que aqueles que desenvolvem autorrespeito são menos propensos a serem influenciados pelas opiniões dos outros, ser vítimas de manipulação e experimentar sentimentos de culpa.
Você pode fazer uma pequena prova para conhecer seu nível de autoestima e autorrespeito. Imagine por um momento que alguém o parabeniza pelos resultados alcançados em um projeto. Qual é a sua primeira reação? Se você se sentir eufórico, isso provavelmente significa que você tem dúvidas sobre suas habilidades e que você depende muito da opinião dos outros.
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Claro, é normal que sintamos lisonjeados e até felizes quando alguém nos parabeniza e reconhece nosso trabalho, mas se percebermos que nosso humor oscila dependendo das opiniões dos outros, teremos um problema de autorrespeito sério.
Sinais de falta de respeito a si mesmo
O autorrespeito é a convicção de que temos os mesmos direitos básicos que os outros, é reconhecer que somos dignos de sermos amados, respeitados e levados em conta. No entanto, existem sinais sutis que podem indicar que não nos respeitamos o suficiente, como:
– Aplicamos rótulos degradantes, especialmente quando cometemos erros ou não alcançamos nossas expectativas. Esses rótulos não nos ajudam a crescer, mas pelo contrário, eles se tornam crenças que nos limitam e nos fazem sentir mal.
– Nós nos tratamos com dureza extrema, sem espaço para indulgência, ao ponto de acabar esmagando. Em vez de ser um pouco mais compassivo, como seríamos com um amigo, nos tratamos mal.
– Priorizamos continuamente as necessidades dos outros sobre as nossas, porque acreditamos que somos menos importantes, ao ponto de nos anularmos totalmente.
– Acreditamos que somos menos valiosos do que outros e que merecemos menos do que eles, então muitas vezes não reivindicamos nossos direitos.
– Permanecemos em silêncio por medo de incomodar os outros, preferindo engolir o mau momento para pôr fim a uma situação que nos causa desconforto.
Os 3 pontos básicos para desenvolver o respeito por si mesmo
” A pior solidão não se sente confortável consigo mesma ” , disse Mark Twain. Em vez de repetir frases vazias que terão muito pouco impacto na ideia de que você já formou sobre si, é necessário fazer um trabalho psicológico mais profundo de autorrespeito. Nesse caso, é imperativo que você comece com essas 3 crenças:
1. Assuma que temos os mesmos direitos que os outros e, portanto, devemos nos tratar com a mesma compaixão, carinho e respeito.
2. Compreenda que somos tão valiosos quanto as outras pessoas que compartilham nossa vida, portanto, também merecemos que nossas necessidades sejam levadas em consideração.
3. Esteja ciente das suas fraquezas e erros, de modo que estes não afetem nosso relacionamento com nós mesmos.
Nota: A Revista Saber Viver Mais divulga conteúdos populares de caráter, muitas vezes, não científico. Procure sempre profissionais da saúde para diagnósticos e tratamentos.
Traduzido e adaptado pela Equipe da Revista Saber Viver Mais
Fonte: Rincon Psicologia