Uma tendência que vem desde 2007, a profissão de cuidador de idosos é a que mais cresce no pais desde então. E a razão é óbvia: a população está envelhecendo!
A procura por cursos de formação na área dispararam no Brasil, sendo que a profissão foi reconhecida oficialmente no país. Só para se ter uma ideia havia no país em 2007 5.263 cuidadores de idosos, segundo o Cadastro Geral de Empregados e desempregados (Caged), já em 2019 o número ultrapassou os 34.051 cadastrados.
Com impressionantes 547%, faz dessa profissão a que mais cresceu no país nos últimos anos.
O Centro Brasileiro de Curso (Cebrac), uma escola especializada no curso teve aumento de 84% na procura por seu curso de formação de cuidadores, a escola que inaugurou o curso em 2017 viu no mercado uma oportunidade de formar profissionais, Lembrando que a escola tem unidades em diversos Estados do país.
A profissão deve aumentar mais!
Segundo pesquisas o interesse pela profissão deve aumentar mais ainda nos anos que estão por vir, esta alta deve-se a dois fatores.
-Envelhecimento da população no Brasil. O IBGE, através de pesquisa apurou que os indivíduos com mais de 60 anos deve dobra até 2050, saltando de 9,5% para 2,8 da população e ultrapassando a incrível marca de 40 milhões de idosos.
Mas vale a pena salientar que o envelhecimento é tendência mundial, segundo OMS (Organização Mundial de Saúde), o número de pessoas acima de 60 anos deve bater os 22% da população do mundo até 2050, isso equivale a 2 bilhões de idosos.
Outro fator foi a regulamentação da profissão de cuidador de idosos. A aprovação no Congresso Nacional, em maio, do projeto de lei complementar 11/016, que regulamentou a profissão de cuidador de idosos, crianças e pessoas com deficiência ou doenças raras.
Para muitos especialista, essa oficialização como profissão por autoridades deve aumentar o número de novos estudantes e profissionais.
“Com a regulamentação, a tendência é aumentar a nossa carteira de alunos”, analisa Thiago Busignani, diretor-executivo do Cebrac, cujo curso, ele diz, já formou mais de 10.000 profissionais.
“A regulamentação vai tornar a profissão mais atrativa e melhor remunerada”, opina Ana Carolina Bhering A. do Amaral, coordenadora de saúde e bem-estar do Senac São Paulo. A escola já formou mais de 9.000 cuidadores nos últimos cinco anos.
Muitas famílias contratavam pessoas para acompanha os idosos, porém sem nenhuma qualificação. Isso acarreta com falta de preparo e maus tratos.
Por isso vemos uma tendência de familiares optarem por contratar um profissional mais qualificado mesmo que isso custe mais caro. “Já vemos casos de filhos que não conseguem acompanhar os pais idosos, na maioria das vezes optando por contratar pessoas sem conhecimentos profissionais, o que gera maus tratos e acidentes”, comenta Busignani, do Cebrac.
Em média segundo o Caged um profissional ganha de R$ 1.250,00 a R$ 1.650,00 por 42 horas de trabalho semanais.
A oferta de vagas tem potencial de crescer também no setor público, com ambulatórios e hospitais ligados ao Sistema Único de Saúde (SUS) agregando novos profissionais.
“Com o envelhecimento da população, a perspectiva é que as prefeituras e os Estados criem centros e unidades para esse público”, diz Busignani.
Publicado originalmente na Valor Investe
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