Papa Francisco morre aos 88 anos em Roma; legado de compaixão e fé marca a história da Igreja

Morreu na madrugada desta segunda-feira (21/4), aos 88 anos, o Papa Francisco, na Casa Santa Marta, sua residência oficial no Vaticano, em Roma. A informação foi confirmada pelo cardeal Kevin Farrell.

Nascido em Buenos Aires, na Argentina, em 1936, Jorge Mario Bergoglio — que mais tarde se tornaria o primeiro papa latino-americano da história — se destacou desde jovem por sua atuação solidária, especialmente durante a crise econômica de 2001 na Argentina, quando liderou diversas iniciativas de apoio aos mais pobres.

O pontífice enfrentava uma delicada condição de saúde. Diagnosticado com pneumonia dupla, ficou internado por cerca de 40 dias. Mesmo debilitado, apareceu publicamente no último sábado (19/4), na Basílica de São Pedro, e novamente no Domingo de Páscoa (20/4), na Praça de São Pedro, onde abençoou os fiéis e fez um último apelo aos líderes mundiais. Na ocasião, pediu que “não cedam à lógica do medo, mas usem os recursos disponíveis para ajudar os necessitados, combater a fome e promover iniciativas que favoreçam o desenvolvimento”.

Francisco conviveu com sérios problemas respiratórios ao longo da vida. Na juventude, teve parte de um dos pulmões removida. Em 2023, precisou ser hospitalizado para tratar uma bronquite grave, superada com uso intensivo de antibióticos. Em fevereiro de 2025, um novo quadro de bronquite agravou sua condição, exigindo internação e afastamento das atividades papais.

Além dos problemas respiratórios, o papa também enfrentava dores crônicas no joelho, o que o levou a utilizar cadeiras de rodas com frequência nos últimos anos.

Francisco assumiu o pontificado em 2013, após a renúncia de Bento XVI. Durante seu papado, marcou a história da Igreja Católica com um discurso voltado à inclusão, à justiça social e à misericórdia. Sua simplicidade, proximidade com o povo e forte apelo à solidariedade o tornaram uma figura mundialmente respeitada.

Sua morte encerra uma era marcada pela busca por uma Igreja mais humana, aberta ao diálogo e próxima dos que mais sofrem.