Um comerciante da cidade de Dourados, no Mato Grosso do Sul, se surpreendeu ao receber R$ 400 dentro de um envelope de correio acompanhado de uma carta escrita à mão. No papel, uma história de arrependimento: aquele dinheiro fora enviado por uma mulher que furtou um biquíni e uma camisa de malha, se arrependeu da atitude e resolveu pagar a dívida. “Nunca usei nada que roubei. Dei para outra pessoa, mas nunca me perdoei por isso”, comentava a postagem anônima.
O dono da loja, Valter Antônio, afirmou nunca ter visto situação semelhante em mais de 50 anos trabalhando com comércio e disse achar a atitude honrosa. “Acho que este seria um ensinamento a pessoas que praticam pequenos delitos. É uma forma de mostrar que, se a pessoa cometeu um erro, há maneiras e meios de consertar isso”, afirmou em entrevista à TV Morena.
Valter afirmou que não lembrava do furto, mas calcula que ele tenha ocorrido há cerca de dez anos, já que hoje não vende mais os produtos citados pela mulher. Segundo ele, poucos meses antes da carta chegar, o dono da loja recebeu uma ligação anônima com uma pessoa afirmando que tinha uma dívida antiga com ele, mas não deu muita atenção ao caso.
“Não tenho certeza, não sei se é a mesma pessoa. Tentei identificar pela caligrafia, pelo remetente, mas não consegui. A gente não quer que ninguém cometa atitudes como essa, mas se cometer esse erro, que a pessoa se desculpe, que não faça mais isso. Qualquer pessoa está sujeita ao erro”, comentou.
A carta
“Oi. Você não me conhece, mas tenho uma dívida com você a (sic) muito tempo.
Uma vez fui na sua loja e roubei um biquíni e uma blusa de malha. Não sei por que fiz isso, sempre fui certinha com as minhas contas, mas enfim isso não vem ao caso agora. Só sei nunca usei nada que roubei, dei para outra pessoa. Mas nunca me perdoei por isso e depois de pensar muito, encontrei esta saída de pagar o que roubei, andei pesquisando o preço do biquíni e da blusa, seria mais ou menos 400,00 reais, e estou te mandando pelo correio, sinceramente não tive coragem de entregar pessoalmente”.
Via: Flor Santa