O maior partido do parlamento da Noruega colidiu com a indústria petrolífera do país depois de retirar o apoio à perfuração exploratória nas ilhas Lofoten, no Ártico, considerado uma maravilha natural.
A decisão expõe a ruptura no Partido Trabalhista do país, opondo os interesses dos sindicatos do setor às preocupações com as mudanças climáticas.
O movimento realizado pelo partido de oposição ao governo cria uma grande maioria parlamentar contra a exploração de petróleo na área costeira. A medida ilustra a crescente oposição ao poluente combustível fóssil, que tornou o país um dos mais ricos do mundo.
Atualmente, a Noruega lida com mais de 1,6 milhão de barris de petróleo por dia em suas operações e está entre os 20 maiores produtores do mundo.
A estatal Equinor ASA, a maior produtora de petróleo da Noruega, disse que o acesso ao suprimento de petróleo em Lofoten é essencial para o país manter os níveis de produção.
Acredita-se que existam de 1 a 3 bilhões de barris de petróleo abaixo do fundo do mar no arquipélago de Lofoten. A área estava sendo protegida há anos pelo governo de coalizão norueguês através de vários acordos políticos.
A decisão do Partido Trabalhista, anunciada por seu líder, Jonas Gahr Store, expõe uma lacuna no governo. Enquanto a liderança tenta refletir as crescentes preocupações ambientais da população, o partido também quer acomodar os interesses dos sindicatos dos trabalhadores da indústria de petróleo, seus principais apoiadores.
Ele confirmou que o partido continuará apoiando a indústria do petróleo, mas também disse que quer que as empresas do segmento se comprometam com um prazo para tornar todas as operações livres de emissões.
A expectativa é que o investimento de bilhões de dólares seja direcionado a projetos de energia eólica e solar.
Esse é o indicativo mais recente de que a riqueza acumulada através de combustíveis fósseis está sendo redirecionada para benefícios futuros em energia renovável.
Um número maior de indústrias e países iniciou estratégias de redução para investimentos em combustíveis fósseis, citando riscos futuros para seus negócios e modelos econômicos.
Fonte: Nation