Por: Revista Saber Viver Mais
A cada ano surgem cerca de 1,2 milhões de novos casos de câncer de próstata no mundo, segundo a Associação Espanhola contra o Câncer.
O câncer de próstata é uma das formas mais comuns de câncer entre os homens, e o procedimento para diagnosticá-lo ainda é pouco preciso.
Chances de cura
Se for detectado no início a probabilidade de cura chega a margem dos 90%. “Tradicionalmente, usamos um teste de sangue para identificar níveis elevados de um antígeno específico da próstata (PSA, na sigla em inglês) e então fazemos uma biópsia. Isso quer dizer que tiramos um tecido da próstata para examiná-lo no microscópio”, explicou o professor de oncologia intervencionista à BBC.
Dr. Mark Emberton faz para da University College London (UCL). Ele explicou que o exame não é 100% exato em todos os casos. “Mas os níveis de PSA não são um indicador confiável do câncer de próstata: cerca de 75% dos homens que obtêm um resultado positivo não têm o câncer, enquanto que (o teste) não detecta a doença em cerca de 15% dos homens que a têm.”
Hoje em dia, adiciona o especialista, “diagnosticamos tumores que são inofensivos, o que leva a exames e operações desnecessárias, e ignoramos cânceres que são prejudiciais, deixando que a enfermidade se multiplique e se espalhe pelo corpo sem controle”.
Testes
O pesquisador faz parte do projeto ReIMAGINE liderado pela UCL, com pesquisadores do Imperial College e do King’s College de Londres, com a participação ainda de médicos do hospital da UCL.
A equipe está fazendo analises para ver se as imagens por ressonância magnética poderão servir para fazer um diagnóstico efetivo de câncer de próstata em homens, da mesma maneira que se consegue detectar o câncer de mama em mulheres.
“Esperamos que, usando a ressonância magnética, possamos mudar a forma com que se diagnostica e se trata o câncer de próstata”, diz Emberton.
“Sabemos, por pesquisas internacionais, que a ressonância pode reduzir notavelmente e de forma segura o número de pacientes que precisam de uma biópsia invasiva.”
“Esses estudos fizeram com que, recentemente, as recomendações de saúde oficiais mudassem. Agora, sugere-se que a ressonância seja o primeiro teste para os homens que tenham suspeita do câncer de próstata e sejam encaminhados ao hospital pelo clínico-geral”.
300 homens de forma aleatória serão selecionados e convidados para participarem do estudo a partir desse mês para, o único critério será a idade, que tenham de 50 a 75 anos.
Para cada paciente, será realizado um exame de sangue (que identifica PSA) e uma ressonância magnética de 10 minutos.
Quando combinado o trabalho de radiologista e urologista, será analisado os dois resultados, sendo possível avaliar com mais precisão se o paciente apresenta ou não os sinais de câncer de próstata.
Como já explicamos quanto mais cedo for detectado, maior são as chances de um bom resultado. Essa nova combinação permitirá também que sejam feitas menos biópsias, reduzindo o custo para o sistema de saúde.
“Outro aspecto importante do estudo é que ele examinará se, em combinação com técnicas avançadas como a genômica (…), as imagens por ressonância magnética podem substituir as biópsias de próstata“.
“Nossa equipe espera recrutar mil homens com risco médio e alto de câncer para descobrir se a ressonância pode ser combinada a outros exames de diagnóstico de alta tecnologia, a fim de prever a progressão do câncer“, explica Emberton.
“O objetivo final é desenvolver testes que sejam melhores que as biópsias para determinar o tratamento para o tumor que seja adequado a cada pessoa, e determinar inclusive se essa pessoa não precisa de tratamento”.
Com informações:G1