Autor: Daniel Marques
Leia estes contos e descubra:
O escorpião e a tartaruga
Certo dia, estava uma tartaruga prestes a atravessar um lago quando se depa-
rou com um escorpião. De imediato se afastou. Mas o escorpião chamou-a: – Por
favor tartaruga. Não te afastes. Preciso que me ajudes a atravessar o lago.
– Se eu me aproximar de ti tu picas-me e matas-me. Respondeu a tartaruga.
– Não o irei fazer, pois preciso que me ajudes a atravessar o lago para o outro
lado. Explicou o escorpião com ar tranquilo.
A tartaruga concordou e advertiu: – Eu ajudo-te a atravessar o lago. Mas lem-
bra-te de que se me picares morremos os dois, pois tu afogas-te.
Quando estavam prestes a chegar á outra margem o escorpião picou a tarta-
ruga. E esta, confusa com a atitude, perguntou-lhe antes de morrer: – Porque fi-
zeste isso? Agora vamos morrer os dois.
O Escorpião respondeu: – Não tinha como evitar. Está na minha natureza. ]
O elefante e os macacos
Estava um elefante a comer por debaixo de uma bananeira, quando um grupo
de macacos começou a atacá-lo, mordendo-o sem qualquer razão.
– Porque me atacam? Estou apenas a alimentar-me. Não vos perturbei. Disse-
lhes o elefante.
– Queremos brincar e tu pareces-nos uma boa vítima para as nossas gozações.
Responderam os macacos despreocupados.
O elefante, sentindo-se perturbado, afastou-se e abdicou do alimento.
Pouco tempo depois dele se afastar, surgiu um outro elefante no mesmo local.
E os macacos, na sua arrogância, começaram a fazer-lhe o mesmo que ao anterior.
Saltaram para cima deste e morderam-no. No entanto, sem lhes dirigir uma única
palavra, o elefante desviou-se o suficiente para que estes caíssem todos no chão e
logo lhes colocou a sua pata enorme em cima, esmagando-os.
Moral das histórias
“Todas as ações humanas possuem uma ou sete das seguintes causas: oportu-
nidade, natureza, compulsão, hábito, razão, paixão, desejo” (Aristóteles).
Tanto numa história como noutra, podemos perceber que as pessoas más difi-
cilmente deixam de o ser, porque está na sua natureza serem assim. Da mesma
forma que está na natureza das pessoas boas não corresponder à maldade.
Texto extraído do livro: Porque é que as pessoas boas sofrem