Casa Branca confirmou que, a partir deste sábado, 1º, entram em vigor tarifas sobre importação de produtos canadenses, mexicanos e chineses

As tarifas dos Estados Unidos sobre produtos importados do Canadá, México e China entram em vigor neste sábado, 1º. De acordo com o governo de Donald Trump, os itens de consumo trazidos dos países vizinhos serão taxados em 25%, enquanto os produtos chineses terão sobrecarga de 10% em impostos.

Em entrevista à imprensa, a porta-voz do governo estadunidense, Karoline Leavitt, afirmou que a medida é uma retaliação ao Canadá e ao México por ‘permitirem uma invasão ilegal de imigrantes’, enquanto a China foi atingida pelo ‘fentanil ilegal que forneceu e permitiu distribuir’ nos EUA.

Os anúncios causaram um “efeito cascata”, com os governos se preparando para os novos custos de exportação para os EUA. Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá, prometeu retaliar, dizendo que todas as regiões do país seriam afetadas pelas tarifas dos EUA e que estavam prontos para responder de forma forte, se necessário.

Trump, por sua vez, afirmou que não há nada que os países, os três principais parceiros comerciais dos Estados Unidos, possam fazer para adiar a sobretaxação. As medidas, inclusive, integravam as promessas de campanha do republicano, durante a corrida eleitoral de 2024.

Possíveis consequências do ‘tarifaço’

O “tarifaço” de Trump pode causar várias consequências. Inicialmente, o aumento das tarifas e as políticas anti-imigração podem aumentar a inflação nos EUA. Além disso, a renúncia de impostos para empresas pode prejudicar as finanças públicas dos EUA.

O Federal Reserve pode ter dificuldades para controlar os preços, mantendo os juros altos. Na última reunião, manteve os juros entre 4,25% e 4,50%, apesar da pressão de Trump.

Juros mais altos nos EUA tornam seus títulos mais atrativos, atraindo investidores e fortalecendo o dólar. No Brasil, isso pode levar o Banco Central a aumentar a Selic, o que impactaria negativamente a economia. Além disso, uma possível desaceleração da China, principal parceiro comercial do Brasil, também pode afetar o mercado brasileiro.

Por fim, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC aumentou a taxa de juros do Brasil para 13,25% ao ano devido a esse cenário externo e à situação fiscal do país.