Em estudo inédito, pesquisadores do setor de psiquiatria da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, afirmam que o tempo passado com amigos é tão importante para a saúde quanto o tempo passado em exercícios físicos, sejam eles de alto desempenho ou aqueles que só observam mesmo o condicionamento físico e a qualidade de vida.
E qual a explicação científica para este apontamento? É que o tempo passado ao lado das pessoas que a gente gosta aumenta a nossa qualidade de vida emocional e mental. É como se o riso, a conversa, o afinar de laços nos fizesse também desopilar o nosso cérebro, reforçando setores cognitivos que estão associados ao prazer, à felicidade, ao bem-estar.
E por mais óbvio e vulgar dizer, de que mesmo adianta estendermos a nossa vida praticando exercícios físicos em nome da qualidade se, ao mesmo tempo, não temos qualidade de vida enquanto estamos fazendo isto? Quais são as pessoas que estarão conosco ao completarmos nosso centésimo ano se, hoje, deixamos nossos amigos de lado em prol de uma vida mais longeva e mais saudável?
É claro que o estudo não fala “interrompa suas atividades físicas e passe todo o tempo disponível com seus amigos em atividades puramente prazerosas como comer, beber e conversar”. Isto seria também imponderado, traria consequências terríveis para a nossa saúde e em nada, em absolutamente nada, faria com que alcançássemos uma vida mais saudável, até porque para que sintamos este prazer ao estarmos com as pessoas que amamos é necessário que o nosso corpo esteja também em condições de realizar as reações químicas que precisam ser realizadas a fim de sentirmos em nossa vida toda a extensão destes benefícios associados ao ato de nos permitirmos tempos regulares de bem-estar mental e emocional.
Ainda é importante ressaltar outros pontos curiosos que a pesquisa revelou: o primeiro deles é aquele que nós já tínhamos, pelo menos culturalmente, como um dado já bem conhecido, que é o de que as mulheres tendem a compartilhar de forma mais aberta os seus sentimentos, enquanto os homens acabam por se conectar com seus amigos em torno de tarefas específicas ou através de meios mais esportivos.
Assim, fica bem evidente que estes hábitos também perpassam campos da nossa cultura, como o mito de que homens não falam sobre si e o de que mulheres falam sobre si o tempo todo, quando na verdade não é bem assim. A questão é que não importa muito sobre o que se fale, desde que o momento compartilhado traga tanto bem-estar quanto a sensação de terminar uma sequência de exercícios que antes parecia ser mais complexa e inatingível do que realmente foi na hora da execução.
E aposto que, seja homem ou mulher, valerá muito mais a pena ter motivos para viver por mais uns anos se for para viver ao lado dos nossos melhores amigos!
Fonte: ARTBLOG